Número de hospitais interditados na PB em 2011 bate recorde, diz CRM

13/09/2011 21:52

 

Conselho Regional de Medicina já interditou 18 unidades só este ano. Hospitais alegam falta de profissionais no mercado.

 Em 2011 o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) já interditou 18 estabelecimentos de saúde no estado, entre hospitais e Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). Este número já pode ser considerado o recorde dos últimos anos, pois de acordo com o Departamento de Fiscalização da entidade, no período entre 2001 e 2010 as interdições não passaram de 30.

 O diretor de fiscalização do CRM, Eurípedes Mendonça, explica que a falta de médicos é o que mais vem motivando as interdições na Paraíba. De acordo com ele, muitos hospitais do estado não têm profissionais atendendo todos os dias da semana. “Tem que haver ao menos um médico de plantão. Esse é o principal problema que nós estamos encontrando nas fiscalizações”, afirma.

 A última interdição aconteceu na sexta-feira (9), quando o Hospital e Maternidade Municipal Nossa Senhora do Carmo, localizado na cidade do Lastro, foi impedido de funcionar por falta de médicos. De acordo com o CRM, nove dos estabelecimentos que foram fechados permanecem sem funcionar, cinco hospitais e quatro UBSFs. O que está interditado há mais tempo é a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância da cidade de Santana de Mangueira, fechado desde fevereiro.

 Eurípedes acrescenta que no caso das Unidades Básicas de Saúde a situação é um pouco diferente. Elas são lacradas por falta de condições estruturais. “A unidade de saúde do município de Tacima, por exemplo, tinha apenas um banheiro”, diz o diretor, referindo-se a uma interdição feita no mês de agosto.

 Enquanto os hospitais estão interditados, a população é quem mais sofre. Na cidade de Lastro, os moradores estão tendo que se dirigir até cidades vizinhas para conseguirem ser atendidos. “Mesmo tendo médico, quando a gente precisa acaba indo para Sousa”, diz a dona de casa Gerlânia Abrantes, que foi ao Hospital e Maternidade Municipal Nossa Senhora do Carmo, no dia da interdição.

 Hospitais fechados e as explicações

 Além dos hospitais do Lastro e de Santana de Mangueira, estão interditados o Hospital Municipal Padre Alfredo Barbosa, que fica na cidade de Cabedelo, o Hospital Municipal Cícero Nunes, que fica em Prata, e o Hospital e Maternidade Santo Antônio, localizado no município de Gurinhém. Também estão fechadas três Unidades Básicas de Saúde da Família de João Pessoa e uma na cidade de Tacima.

 Segundo o diretor de fiscalização do CRM, Eurípedes Mendonça, para voltarem a funcionar eles precisam resolver os problemas que são apontados pelo CRM em um relatório que é apresentado no ato da interdição. “Quando apresentarem as condições mínimas e resolverem todos os problemas que aparecerem no relatório, aí eles podem voltar a prestar atendimento”, acrescenta.

 O G1 entrou em contato com a administração das unidades para saber o porquê das mesmas não terem se regularizado. A direção do hospital de Cabedelo disse que o hospital está interditado apenas parcialmente. De acordo com a diretora, Ruth Durbano, já estão sendo feitas cirurgias eletivas e a Prefeitura está tentando contratar médicos para regularizar o atendimento. No entanto, ela disse que a maior dificuldade é a falta de profissionais no mercado.

A Secretaria de Saúde de Lastro disse que fez um concurso para contratação de médicos e que nos próximos dias deve resolver a situação do Nossa Senhora do Carmo. Já o secretário de saúde de Prata, Cícero Nunes, afirmou que o hospital, que tem o seu nome, está fechado desde 2005. Segundo ele, foi feita uma reforma no prédio e a Prefeitura não tem condições de mantê-lo sozinha. “Estamos buscando uma parceria com o Governo do Estado para reabrir o hospital”, completou.

A direção do hospital de Gurinhém disse que conta com médicos, mas no momento em que o CRM foi ao local eles não se encontravam. Informou também que entraria em contato com a entidade para resolver a situação do local. A reportagem não conseguiu falar com a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância da cidade de Santana de Mangueira.

Fonte: Jhonathan Oliveira (G1 Paraíba)

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